sexta-feira, 30 de abril de 2010

Mãe de aluno protesta contra descaso do ensino em Rio Branco do Sul


A situação de abandono em que se encontra a Escola Municipal Profª Jueli C. R. Polonha (antigo Colégio Cenecista) é o retrato da precariedade do ensino em Rio Branco do Sul e da omissão das autoridades. Faltam carteiras, cadeiras, o teto está podre, 345 alunos do pré ao 4º ano dividem o mesmo espaço de recreação, falta material pedagógico, enfim, falta muita coisa que justifique que o ensino no município seja levado a sério.
A denúncia encaminhada ao Jornal Raio X veio da estudante de pedagogia e mãe de aluno desta escola, Ozinéia Vidal, que se diz indignada com o descaso pelas condições desta e de demais escolas da cidade. “Sei que este jornal tem grande credibilidade, e tenho esperança de que meu comentário seja lido por alguém do poder publico, para que tome medidas para melhorar a situação lastimável em que se encontra a educação rio-branquense”, desabafou.
A informação de Ozinéia foi confirmada pela diretora da instituição Sirlene Mara Cavassim, que desempenha esta função desde novembro de 2008 e atua na educação do município há 27 anos. A diretora conta que pequenas melhorias foram feitas por ela no local, como pintura, compra de computador e impressora, com dinheiro arrecadado pela venda de risoto e o apoio dos pais. Segundo ela, além da precariedade na estrutura do colégio o número de funcionários é insuficiente para atender a demanda da instituição, que tem 14 professoras, duas cozinheiras, duas serventes, um guardião noturno e um inspetor, que na verdade é servente de obras, mas esta lá para ajudar a cuidar dos alunos, da entrada no colégio, varre o chão, faz serviços externos, pintura, enfim, é uma espécie de faz tudo, que soma esforços para manter a escola funcionando.
Sirlene disse que já havia informado a prefeitura a respeito dos problemas na escola, mas ate agora não obteve resposta. Para piorar a situação ela informou que a diretora anterior do Colégio Cenecista, Lilian Siqueira, quando deixou o colégio levou todo o parque, cadeiras, carteiras, panelas, entre outros materiais, porque, segundo esta diretora, pertenciam aquela instituição particular.
Se não bastasse tudo isso tem ainda os atrasos constantes nos salários dos funcionários da educação, que segundo a denunciante Ozinéia, também prejudica a educação. “Os atrasos no pagamento certamente os deixam desanimados e descontentes com seu oficio, isso sem duvida interfere não só na qualidade e no desempenho do docente em sala, como no nível de educação ofertado aos nossos filhos”, destaca. A informação foi confirmada por professores, mas negada pelo assistente administrativo de Recursos Humanos da prefeitura, Rubens Geffer. Os docentes admitiram também outra situação preocupante, a falta de profissionais em sala de aula, onde um professor precisa tomar conta sozinho de 22 alunos do maternal.
O cenário de abandono constatado pelo Raio X define a magnitude do problema do ensino em Rio Branco do Sul, que aguarda a manifestação do poder público para a tomada de providências, conforme enfatiza Ozinéia, mãe de aluno da Escola Profª Jueli Polonha. “Está na hora de acordar e parar de responsabilizar terceiros pelos problemas que encontramos em nossa comunidade. Não sou a única que pensa desta maneira, muitos profissionais da educação estão sufocados em meio a tantos absurdos e obrigam a calar-se para não sofrer represálias. Como mãe me sinto no direito de protestar, diante essa situação lamentável. Afinal, que cidadãos queremos formar com esse tipo de educação que está sendo ofertada às nossas crianças”?

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© Papeis Krista '' Por Elke di Barros